Estudo do MIT Media Lab alerta para declínio cognitivo causado pelo uso excessivo de IA

7/22/20251 min read

Em 20 de junho de 2025, o Massachusetts Institute of Technology (MIT), por meio do Media Lab, publicou o estudo intitulado "Your Brain on ChatGPT", alertando para os efeitos negativos do uso prolongado de modelos de linguagem como o ChatGPT. O estudo foi conduzido por 12 meses, entre junho de 2023 e maio de 2024, sob a coordenação da pesquisadora Natasha Jaques e da neurocientista Asta Vasquez.

Participaram do experimento 54 voluntários, divididos em três grupos: um grupo usava apenas a própria memória para escrever textos; outro utilizava motores de busca; e o terceiro fazia uso intensivo de LLMs como ChatGPT. A atividade cerebral foi monitorada por eletroencefalograma (EEG), revelando que os usuários da IA apresentaram menor ativação nas áreas relacionadas à memória de trabalho, elaboração linguística e consciência autoral.

Além da queda cognitiva durante o uso, o estudo observou que os efeitos persistiam até 48 horas após a exposição, indicando uma espécie de “resíduo cognitivo” da dependência da IA. Os usuários que dependiam da tecnologia relataram menor envolvimento emocional com os textos e menor confiança no próprio julgamento. Já os que usavam motores de busca mantiveram desempenho superior ao grupo da IA, mas inferior ao grupo que escreveu sem auxílio.

A publicação foi revisada por pares e está disponível na plataforma arXiv sob o código arXiv:2506.08872. O estudo vem sendo discutido por especialistas como Henry Shevlin, professor de neuroética da Universidade de Cambridge, que observa que o fenômeno não é causado pela IA em si, mas pela forma como os usuários abdicam do raciocínio ao delegarem tarefas cognitivas inteiras à máquina.

A equipe do MIT sugere que a IA seja usada como coautora — e não como substituta — do processo criativo. A pesquisa teve origem no campus do MIT em Cambridge, Massachusetts, e está pautando debates sobre o uso responsável da IA em ambientes educacionais e corporativos.