Grammarly adquire Superhuman e aposta em agentes de IA para produtividade digital

Em 1º de julho de 2025, a startup Grammarly, com sede em São Francisco (EUA), anunciou a aquisição da plataforma de e-mails Superhuman. A operação faz parte de uma estratégia mais ampla para consolidar a Grammarly como um hub de produtividade alimentado por inteligência artificial. Com essa aquisição, a empresa pretende oferecer um agente pessoal digital capaz de integrar e-mails, documentos e agendas, proporcionando aos usuários uma experiência de trabalho mais fluida e automatizada.

A Superhuman é conhecida por sua interface enxuta e comandos de e-mail ultrarrápidos. Já a Grammarly detém um dos mais avançados sistemas de correção e sugestão de texto baseados em IA. Segundo Rahul Roy-Chowdhury, CEO da Grammarly, o objetivo é fundir essas tecnologias para entregar uma plataforma que “pense junto com o usuário” e que seja capaz de redigir, reagendar, sugerir e priorizar compromissos de maneira autônoma e inteligente.

A transação — cujo valor não foi revelado — também prevê a permanência de Rahul Vohra, fundador da Superhuman, na liderança do projeto unificado. A nova ferramenta será voltada para empresas e profissionais liberais, e deve começar a ser implementada em beta fechado a partir de outubro de 2025. O projeto é considerado uma resposta direta à movimentação de grandes empresas como Microsoft e Google, que já oferecem ferramentas como o Copilot e o Gemini AI.

Segundo a especialista em inovação digital Amy Webb, autora do relatório Tech Trends 2025, a aquisição sinaliza um novo ciclo de consolidação entre startups que dominam nichos de mercado e plataformas que desejam se tornar ecossistemas completos. Ela destaca que a vantagem da Grammarly está na base instalada de mais de 30 milhões de usuários mensais e na forte presença em ambientes educacionais e corporativos.

A operação foi avaliada por analistas do The Information como uma jogada estratégica que poderá colocar a Grammarly na rota de concorrência direta com suites de produtividade completas. Contudo, alertam para os desafios de privacidade e interoperabilidade que surgem quando uma IA passa a gerenciar conteúdos sensíveis como e-mails e agendas. O anúncio foi feito oficialmente no Vale do Silício e divulgado por canais da própria empresa no mesmo dia.