Inteligência Artificial pode emitir até 1,7 gigatonelada de CO₂ até 2030, alerta FMI

7/22/20251 min read

No dia 13 de maio de 2025, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou o estudo "AI Needs More Abundant Power Supplies to Keep Driving Economic Growth", com sede em Washington, alertando para o alto impacto climático da inteligência artificial caso sua expansão siga o ritmo atual. O relatório estima que, até 2030, o setor de IA poderá emitir entre 1,3 e 1,7 gigatoneladas de dióxido de carbono (CO₂), número equivalente às emissões totais da Itália em cinco anos.

A previsão considera o crescimento exponencial do uso de data centers, processamento de linguagem natural e treinamentos de modelos como GPT, Gemini, Claude e LLaMA. O consumo energético da IA deverá alcançar 1.500 terawatts-hora ao ano — o mesmo consumo elétrico atual da Índia. O estudo utiliza como base o valor social do carbono (VSC), estipulado entre US$ 39 bilhões e US$ 66 bilhões anuais em externalidades negativas.

Apesar do impacto ambiental, o relatório afirma que os ganhos econômicos gerados pela IA — calculados entre 0,3% e 0,5% do PIB global anual — compensam as perdas, desde que políticas sustentáveis sejam adotadas. Os autores do estudo incluem os economistas Prakash Loungani, Rui C. Mano e Karlygash Kuralbayeva, todos ligados ao Departamento de Estudos Climáticos do FMI.

Especialistas do Grantham Research Institute on Climate Change and the Environment, ligado à London School of Economics, reforçaram a necessidade de alinhar a transição digital à matriz energética renovável. Segundo Sam Fankhauser, diretor do instituto, “a IA pode ser parte da solução climática se for alimentada por energia limpa e regulada por políticas adequadas”.

A publicação do relatório teve repercussão imediata em agências internacionais e provocou reações de governos e empresas que investem em IA. A mensagem principal é clara: a IA representa uma revolução produtiva, mas precisa ser acompanhada de governança ambiental para não se tornar um novo vetor de colapso climático.