Relatório da Thales revela que bots de IA ultrapassam humanos no tráfego da internet

7/21/20252 min read

Em 27 de junho de 2025, a empresa global de cibersegurança Thales divulgou o "Imperva Bad Bot Report 2025", mostrando que, pela primeira vez, bots superaram os humanos em volume de tráfego na internet. O relatório foi elaborado pela Imperva, empresa adquirida pela Thales em 2022, e coletou dados entre janeiro e dezembro de 2024. O levantamento indica que 51,2% do tráfego global foi gerado por bots, dos quais 37,4% eram bots maliciosos.

Os bots analisados no relatório variam entre crawlers legítimos — como os de buscadores — e robôs sofisticados usados para fraudes, scraping ilegal de dados, espionagem empresarial, ataques a APIs e geração de cliques falsos. A maior parte desse tráfego malicioso foi registrada nos setores de e-commerce, aviação e finanças, com destaque para países como Estados Unidos, Índia e Reino Unido. O tráfego legítimo, proveniente de usuários reais, correspondeu a apenas 48,8% do total.

O relatório, produzido por analistas como Ziv Levi e Elad Walach, aponta que a popularização de ferramentas de IA para desenvolvimento de bots — como ChatGPT, Claude e Llama — permitiu que usuários com pouco conhecimento técnico passassem a gerar bots sofisticados. A maior parte deles utiliza servidores proxy, navegação encoberta por IA e técnicas de evasão de captchas, tornando-se quase invisíveis aos sistemas tradicionais de segurança.

Especialistas como Kelly Shortridge, pesquisadora do setor de cibersegurança, afirmam que o fenômeno marca uma transição crítica na história da web. Segundo ela, “a internet foi criada para humanos, mas em 2024 se tornou um ambiente dominado por máquinas”. A recomendação do relatório é o uso de técnicas mais avançadas de proteção, como fingerprinting comportamental, autenticação contextual e bloqueio por reputação dinâmica.

A publicação do relatório ocorreu em Paris, sede global da Thales, e teve repercussão imediata em sites especializados e entre gestores de infraestrutura digital. Para editores de conteúdo e desenvolvedores web, a principal consequência é a redução drástica da monetização por publicidade e a necessidade de reestruturar estratégias de acesso e proteção de conteúdo.